poeta

 

Comunicamos, com profundo pesar, o falecimento de E. M. Melo e Castro, poeta, ensaísta e artista plástico português radicado em São Paulo. Tinha 88 anos.

Nascido na Covilhã (Portugal), Melo e Castro foi “a personalidade mais destacada de um movimento marcante da cultura portuguesa contemporânea e um escritor e artista que muito contribuiu para o diálogo luso-brasileiro”, afirmou hoje o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em nota de pesar endereçada à Família de Ernesto Melo e Castro.

Licenciado em engenharia têxtil pela Universidade de Bradford, obteve o doutoramento em Letras pela Universidade São Paulo. Em Portugal, foi professor no Instituto Superior de Arte, Design e Marketing de Lisboa e, no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Em 2017, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa agraciou o poeta e artista plástico E. M. Melo e Castro com o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, em cerimónia realizada no Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, onde foi apresentada, nessa ocasião, a exposição “Tempo: Ilusão Imprecisa”, uma retrospectiva da obra de E.M. Melo e Castro.

Pioneiro da Poesia Visual concreta, E. M. de Melo Castro participou no primeiro número da revista Poesia Experimental 1 (Po.Ex.), em 1964; Dois anos mais tarde, foi um dos organizadores do segundo número desta publicação, já com a colaboração de poetas estrangeiros. Em 1977, E.M. Melo e Castro participa, com os poetas Ana Hatherly, António Aragão e Silvestre Pestana, na XIV Bienal de São Paulo (1977).

“Quase toda a Poesia Experimental Portuguesa produzida a partir do início da década de 60 se pode inscrever dentro de uma denominação geral de POESIA ESPACIAL, uma vez que as suas coordenadas visuais são dominantes. De facto foi e é no campo das experiências visuais e espaciais do texto, considerado como matéria substantiva que o poema se produz, que a pesquisa morfológica, fonética, sintáctica e semiológica se projectou e projecta”, escreve E.M. de Melo e Castro na abertura do texto escrito para o catálogo da representação portuguesa à XIV Bienal de São Paulo.

Recentemente, E.M. de Melo e Castro colaborou com a curadora brasileira Bruna Callegari na realização da exposição “PO.EX. - Poesia Experimental Portuguesa”, apresentada na Caixa Cultural de Brasília, em 2018. A exposição resultou da recolha de peças diversas - impressões, pinturas, caligrafias, fotografias, objetos, áudios e vídeos -, num total de 80 trabalhos de 18 poetas/artistas portugueses, realizados ao longo de seis décadas.

“A poesia experimental é a problematização da invenção”, explica E.M. Melo e Castro.
(http://novo.espacoliquido.com.br/portfolio/mostras-e-exposicoes/poesia-experimental-portuguesa-no-brasil/).

O Embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral, apresenta sinceras condolências à Família de E. M. de Melo e Castro.

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